A Laranja da crônica
A laranja da crônica
Carlos Eduardo Novaes
O pomar da literatura, vocês sabem, é
composto de diferentes espécies: a poesia,
que, por sua delicadeza, comparo à uva; o
romance, que, pela sua densidade, me
lembra uma jaca (não dá para comer toda
de uma vez e se presta muito para fazer
doces e filmes); o conto, que, para ter
qualidade, precisa ser redondo como uma
lima; a novela, que, a meio caminho entre o
conto e o romance, poderia ser um melão;
e a crônica, que, pela variedade e
popularidade, equivale à laranja. As
crônicas, como as laranjas, podem ser
doces ou azedas, consumidas em gomos
ou pedaços, na poltrona de casa, ou em
virar suco, espremidas em salas de aula.

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